O Moto G100 é aposta mais recente da Motorola no segmento avançado aqui no Brasil. Ele traz poder de fogo de um top de linha mas com demais características de um intermediário para assim garantir um preço mais acessível.
O que você perde para ter um Snapdragon 870 e 12 GB de RAM sem pagar uma fortuna? É isso que vamos descobrir nessa análise completa do MundoTec.
O moto G100 fica entre a linha moto G 5G e a Edge. Ele não tem o design caprichado dos mais caros da Motorola com tela curva mas também não tem corpo de plástico simples como os demais intermediários.
O seu design lembra o moto G 5G Plus, tanto de frente quanto de costa, inclusive, os dois têm o mesmo tamanho e peso. O G100 é um aparelho esticado com tela no padrão cinema.
Ele traz dois furos no canto superior esquerdo da tela e tem câmera no estilo cooktop na traseira. Ele chegou em duas opções de cores no mercado nacional.
Além deste, que mistura azul com verde e roxo, há uma opção em branco também com efeito cromático. Por mais que o G100 não tenha um design tão inovador, ele acaba chamando a atenção pelo padrão das cores.
O clássico logo da Motorola continua marcando presença na traseira mas o leitor biométrico mudou para a lateral-direita, integrado ao botão de energia. Ele responde prontamente ao mais leve toque do dedo.
Você pode configurar para usar alguns gestos quando toca duas vezes no botão. o G100 é bem completo na parte de conexões – ele traz wi-fi de 6ª geração, Bluetooth 5.1, NFC, e suporte a redes 5G. O modelo é vendido em duas versões e a que testamos vem com o cabo HDMI para você ligar o celular na TV e usar o Ready for, um modo desktop parecido com o DeX da Samsung que irei detalhar mais à frente.
A tela no padrão cinema tem 6,7″ com. resolução full HD Plus, 90 Hz e suporte a HDR10.
É basicamente a mesma tela usada no moto G 5G Plus. O nível de brilho é decente mas não tão forte para boa visibilidade em dias muito ensolarados.
O nível de contraste é bom o suficiente para garantir cores vibrantes e evitar aquele tom acinzentado do preto, comum em celulares com tela LCD. Conteúdos em HDR no YouTube forçam um pouco mais o brilho da tela mas ainda está abaixo do que normalmente vemos em celulares top de linha.
É aqui que o G100 começa a mostrar onde a Motorola economizou para reduzir o custo do aparelho. Outro ponto de corte foi na parte sonora – a linha Edge possui duas saídas de som mas no G100 temos apenas uma ao lado da entrada USB.
A falta de som estéreo compromete a imersão em filmes, o que é uma pena, ainda mais em um celular com tela no padrão cinema. A potência sonora poderia ser melhor e o áudio entregue não é dos mais equilibrados.
Falta médios e os agudos ficam muito destacados, e isso é bom para vídeos, já que destaca as vozes mas é ruim para filmes e músicas O Moto G100 é o primeiro com Snapdragon 870 a chegar ao Brasil.
Ele fica acima do Snapdragon 865 Plus, que era o mais avançado de 2020, porém, fica abaixo dos Snapdragon 888, que equipa os celulares mais avançados de 2021.
Este é o celular da Motorola mais veloz que já testamos superando o Edge Plus em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. Aliás, não podemos esquecer o fato de que a novidade da Motorola tem 12 GB de RAM, mais do que o Galaxy S21 e S21 Plus possuem no Brasil. Em benchmarks temos números altos, como é de se esperar.
Ele supera o Snapdragon 865 do Edge Plus em alguns testes mas acaba ficando um pouco abaixo em outros. E isso não deveria acontecer mas provavelmente deve ser mais culpa da Motorola do que do hardware em si.
O G100 rodou todos os jogos que testamos sem engasgos, alguns na velocidade máxima que a tela de 90 Hz suporta e outros com fluidez a 60 fps – testamos o Genshin Impact e, apesar do medidor mostrar 90 Hz na tela, ficou perceptível que ele não entregou fluidez impecável durante a jogatina.
A culpa não é nem do aparelho, já que este game é muito pesado e dá trabalho para qualquer Android. Tela grande de 90 Hz e bateria de 5.000 mAh poderia gerar um pouco de preocupação mas é aqui onde o Snapdragon 870 mais se destaca – ele não apenas é um chip potente como também tem baixo consumo de energia.
O Moto G100 pode não ser o rei em autonomia entre todos os celulares Motorola que já testamos mas está entre os que mais passam tempo longe das tomadas.
Você conseguirá bateria para mais de um dia mesmo usando a tela no modo automático que permuta entre 60 e 90 Hz a depender do conteúdo. Em uso mais leve, sem jogos ou mesmo travando a tela em modo 60 Hz, você terá facilmente bateria para dois dias.
Tempo de recarga nunca foi o forte da Motorola, por mais que a marca faça o maior alarde sobre o seu carregador Turbo Power. O Edge Plus, por exemplo, leva quase três horas para carregar mas o Moto G100 é mais rápido e vai de 0 a 100% em menos de duas horas.
Com uma carga rápida de 15 minutos você terá 22% de bateria, chegando a 40% após meia hora. O Moto G100 sai da caixa com o Android 11 e deve receber apenas uma atualização do Android, diferente de outras marcas como a Samsung que prometem trazer três acidentes do robozinho.
É decepcionante ver que a Motorola não dá tanta importância para o suporte e até mesmo se nega a entregar as atualizações mensais de segurança.
O software vem com os mesmos recursos e gestos que você já viu em outros da Motorola como o de ligar a lanterna ao sacudir o celular ou o de abrir a câmera ao girar o aparelho, então, vamos focar no que realmente tem de novo: o Ready For. Esta é uma nova plataforma da Motorola que também foi lançada para o Edge Plus juntamente com o Android 11.
Ele lembra bastante e a Samsung DeX, que se inspirou no modo desktop do Motorola Atrix, lançado há uma década. O que o Ready For faz é transformar seu celular em um computador para que seja ligado em uma tela grande, como TV ou monitor.
O G100 tem Dock para facilitar a conexão e a versão mais completa à venda no Brasil traz cabo HDMI mas você pode comprar os acessórios separadamente. Se o seu monitor tiver porta USB-C você pode usar um cabo USB para conectar o celular e usar o Ready For sem precisar do acessório com conexão HDMI.
Neste modo é possível conectar um teclado e mouse ao monitor como também pode conectar os periféricos no G100 via Bluetooth. Se você não tiver um mouse por perto, pode usar a tela do celular como trackpad mas seria interessante ter um adaptador incluso na caixa para conectar mouse e teclado com fio no celular.
Outro recurso do Ready For é o de permitir usar as câmeras para vídeo chamadas no PC. Também é possível transformar o celular em máquina de jogos e tirar proveito de uma tela maior. Testamos com o controle do Xbox e funcionou em alguns jogos mas não foi possível mapear os botões no PUBG, por exemplo.
Com o G100 também é possível transformar TVs simples em Smart TVs para curtir serviços de streaming, por exemplo. Pode parecer que o G100 tem 4 câmeras na traseira mas ele traz apenas três, sendo o quarto furo dedicado ao sensor ToF.
A câmera principal de 64 MP tem sensor OmniVision, que comprime quatro pixels em um como é comum em celulares com mesma resolução. A secundária tem lente ultra-wide e foco automático, e por fim, há uma dedicada para desfoque de cenário.
O Moto G100 não vai te conquistar pelas câmeras mas também não vai ser isso que vai te fazer desistir totalmente do aparelho. As fotos apresentam boa nitidez e cores próximas da realidade em locais bem iluminados, apesar de que é possível notar um pouco de granulados em partes das imagens com cores sólidas.
A câmera Ultra Wide faz um bom trabalho para fotografar cenários mais amplos. Ela não perde tanta nitidez comparada à câmera principal e registra a cores com quase o mesmo tom ela só decepciona mesmo em locais com luz precária.
As fotos ficam mais escuras e borradas, parecendo que foram tiradas por um celular de entrada, aliás, o Moto G100 não é um aparelho indicado para fotografar à noite – o problema de granulação fica ainda mais crítico, a nitidez é comprometida e as texturas perdem totalmente a qualidade. O modo noturno não ajuda tanto.
Ele até consegue realçar alguns pontos das fotos mas as áreas escuras continuam escuras demais. O G100 não tem câmera dedicada para macros mas você pode tirar proveito do foco automático da Ultra Wide e chegar muito perto do que deseja fotografar, até comparamos com o moto G 5G e notamos melhores cores e um pouco mais de detalhes neste modelo novo da Motorola.
A câmera de desfoque faz um bom trabalho em cenários simples mas em alguns casos apresenta mais erros que outros celulares sem câmera dedicada para modo retrato. Na frontal temos duas câmeras, sendo uma principal de 16 MP, que também comprime 4 pixels em 1, e uma ultra Wide para fotos com a galera toda.
A câmera principal registra boas selfies em condições favoráveis de luz, enquanto a secundária registra fotos mais escuras com menor nitidez e cores levemente distorcidas – isso só fica ainda pior em locais mais escuros. O desfoque feito por software tem falhas e o efeito também é artificial. O Moto G100 grava vídeos em 6K a 30 FPS, mas se você quiser vídeos com menos tremidos terá que reduzir a resolução para 4K.
A ultra-wide só filma em Full HD e não conta com estabilização. A qualidade de filmagem com o G100 é boa e a captura de áudio não chega a decepcionar, sendo até possível filmar com as câmeras traseira e frontal ao mesmo tempo.
Porém, a frontal o sofre bastante em locais mais escuros. Ficou decepcionado com as câmeras do Moto G100? O Galaxy S20 FE seria a melhor alternativa para quem se importa muito com a qualidade de fotos e videos, por outro lado, você terá um celular mais lento e com bateria que dura bem menos.
Comparado ao moto G 5G, a diferença é notável, talvez nem tanto em câmera, mas no restante do conjunto. Agora, se você realmente quer um celular da Motorola que seja top de linha em tudo e não apenas no chipset, o Edge Plus ainda é a melhor escolha.
Ele foi um pouco mais lento em nosso teste de velocidade focado em multi-tarefas e sua bateria rendeu menos mas compensa por ter melhor experiência multimídia e câmera superiores. O Moto G100 é um celular que quer fazer muito mas ele só faz bem o básico.
É o Motorola mais rápido que testamos e sua bateria dura muito. Sua tela poderia ter brilho alto, faltou som estéreo, uma câmera teleobjetiva seria mais útil que a de desfoque e a câmera secundária frontal é quase totalmente dispensável.
O destaque aqui fica para o Ready For que transforma o celular em PC ou mesmo uma tv antiga em Smart TV. Se você não liga tanto para câmera, então o Moto G100 vai te agradar.
Ele chegou o por R$ 4.000 e seu preço já está caindo. Considerando que qualquer intermediário com hardware fraco quebra a barreira dos R$ 3.000 nos dias atuais, podemos dizer que a novidade da Motorola tem um “preço justo” de lançamento, o problema é que o Galaxy S20 FE pode acabar sendo uma opção mais interessante para alguns usuários.
E como sempre, os links aí abaixo levam para os melhores preços do Moto G100 e de todos os demais modelos citados nesta análise. E também queremos saber a sua opinião sobre o novo aparelho da Motorola, acha que esse conjunto ofertado pelo Moto G100 está de bom tamanho ou sentiu falta de algo? Comenta aí! Eu vou ficando por aqui, um abraço e até a próxima.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui