O Galaxy A52 tem tudo para ser o intermediário de sucesso da Samsung em 2021, se mantiver a fama de seu antecessor.
A Samsung está tão atenta a isso que resolveu trazer dois modelos para o mercado nacional e temos aqui o mais simples que não vem com suporte para internet 5G e provavelmente será o mais procurado pelos brasileiros por ser o mais barato.
O A52 segue o mesmo design do A32 e do A72 – as versões 4G e 5G são idênticas por fora, mas o modelo mais barato vem com uma oferta de cores mais generosa. Ambos podem ser encontrados no mercado nacional em preto ou violeta, enquanto o A52 4G também está disponível em azul ou branco.
O novo mid-range coreano acabou ganhando medidas e peso mas sem ter aumentado a tela. Pelo menos há uma explicação para isso – a Samsung foi mais generosa com a bateria. Em relação ao design, tivemos mudanças bem-vindas, como o bloco da câmera sendo integrado à parte plástica fosca para dar uma aparência mais sutil e elegante.
Por mais que não tenhamos um acabamento premium, o A52 parece um produto de qualidade. A certificação IP67 garante que sobreviverá até 30 minutos em água doce, desde que não tenha mais de um metro de profundidade. É um bom extra e extremamente raro de ver em intermediários.
Outra mudança está no alto-falante de chamada que agora serve como canal secundário para áudio estéreo. Na parte superior do aparelho encontramos uma gaveta híbrida que permite usar dois chips ou um chip e um cartão micro SD no lado direito há o botão liga/desliga e volume enquanto na parte inferior temos a entrada USB-C, microfone e o segundo alto-falante. O leitor biométrico permanece sob a tela e responde bem.
A parte frontal não mudou, exceto pelo pequeno aumento nas bordas. A câmera selfie permanece centralizada na parte superior da tela enquanto o painel super AMOLED foi substituído por um novo de 90 Hz que possui um brilho mais brilhante que a geração anterior.
A calibração de cores é acertada para não saturar demais a imagem, além de trazer o novo controle para a redução gradual da luz azul, o que evita o cansaço visual no final do dia. É uma pena que uma tela com um brilho tão alto não suporte HDR para aproveitar melhor os filmes e séries da Netflix, por exemplo.
A velocidade do painel, por outro lado, pode ser ajustada entre 60 e 90 Hz, sem uma opção automática que alterna entre os dois modos dependendo da demanda, o que ajudaria a economizar bateria. Como dito anteriormente, o A52 possui duas saídas de áudio para fornecer som estéreo.
A potência é boa, assim como o equilíbrio sonoro entre graves, médios e agudos. Ele tem suporte para Dolby Atmos, que permite aprimorar o efeito surround, mas não espere muito dos pequenos alto-falantes. É possível escolher entre os perfis de filme, música e voz ou deixá-lo no modo automático para que identifique o tipo de conteúdo e faça a equalização correta.
Há também uma opção focada em jogos que permite destacar pequenos efeitos sonoros como os passos de um inimigo que se aproxima em um jogo de tiro, por exemplo.
Muitos ficarão felizes com a evolução do hardware. O Exynos 9611 deu lugar ao Snapdragon 720G e, com isso, tivemos um ganho de desempenho mesmo com o software mal otimizado. Há um atraso no tempo de resposta do sensor de toque na tela e isso atrapalhou nosso teste de velocidade focado em multitarefa.
Se a Samsung corrigir esse problema em uma atualização futura, podemos esperar um salto considerável entre as duas gerações. Esse mesmo problema afeta o Galaxy A72 e como no modelo mais caro, não chega ao teste de benchmark.
No caso do AnTuTu temos uma diferença de 100 mil pontos de A51 para A52, o que resulta em um ganho de mais de 60%. A GPU do A52 é a mesma do A72 e como ambos possuem a mesma resolução de tela temos exatamente o mesmo desempenho em ambos. O PUBG rodou sem problemas na configuração HD assim como o Asphalt 9, que não estava engasgando.
Mortal Kombat e Subway Surfers fazem uso da tela de 90 Hz para entregar fluidez a 90 fps mas nem todos os jogos chegam a isso, como é o caso do CoD Mobile que foi limitado a 60 fps, enfim, o A52 é um celular muito melhor para jogos do que seu antecessor.
A bateria cresceu apenas 500 mAh, o que pode parecer pequeno mas foi o suficiente para entregar um aumento de 60% na autonomia em nosso teste padronizado. Isso mostra que o Snapdragon 720G tem melhor eficiência energética comparado ao hardware da Samsung.
O A52 está entre os melhores em bateria e entrega autonomia por mais de um dia mesmo se você usar o celular o tempo todo com a tela em 90 Hz. O tempo de recarga não evoluiu, mas também não diminuiu com o aumento da bateria.
Embora o A52 suporte um carregador máximo de 25 watts, a Samsung acabou economizando dinheiro e enviando um de 15 watts na caixa. Com 15 minutos na tomada você terá 16% de bateria recuperada, atingindo 1/3 da carga máxima em meia hora.
O Galaxy A52 chega ao mercado com Android 11 e interface One UI 3.1. Faz parte do seleto grupo de celulares da Samsung que receberá três atualizações de sistema, além de quatro anos de atualizações de segurança.
O software do A52 responde bem, apesar do atraso no tempo de resposta do sensor de toque – afeta apenas a multitarefa e se você alternar rapidamente entre vários aplicativos.
Em uso geral, o mid-range coreano responde bem e oferece boa fluidez com animações fluindo a 90 fps. Todos os recursos presentes no A72 e outros lançamentos recentes da marca estão aqui como Edge Screen e Music Share – são recursos que surgiram nos modelos top de linha da marca e que foram levados para celulares mais acessíveis.
O que o Galaxy A52 oferece é uma experiência completa com muitos extras para ir além do que o Android Pure oferece. O conjunto fotográfico da A52 é basicamente o mesmo da M51. A câmera principal tem sensor de 64 MP, a câmera secundária tem 12 MP com lente ultra-wide, a câmera terciária é dedicada a macros e a última a desfocar cenas, ambas com 5 MP.
Comparado ao A51 como um todo, apenas o principal evoluiu. O Galaxy A52 registra boas fotos com imagens detalhadas e cores vivas sem saturação exagerada. O HDR se esforça para recuperar detalhes perdidos nas sombras, mas não espere milagres desse tipo em um telefone intermediário.
A ultra-wide sofre um pouco com a perda de nitidez nos cantos das fotos e tem uma saturação mais suave em relação à principal. Fotografar à noite não é um desafio para a A52 mas o software tenta reduzir o ruído ao máximo e isso acaba tornando as fotos escuras.
Pelo menos existe um modo noturno que reverte o problema sem comprometer a qualidade das fotos. Uma diferença para a A72 é que na ausência da câmera telefoto com a A52 você tem apenas zoom digital que até resulta em boas fotos se não ultrapassar 2x. Além disso, você terá imagens borradas com grande perda de detalhes.
A macro é capaz de capturar pequenos detalhes que o principal perderia, só poderia ter foco automático para ficar perfeito. O desfoque funciona bem com pessoas e objetos, e você pode selecionar a intensidade do efeito. A câmera frontal possui dois modos e grava selfies com diferentes resoluções em cada um.
Na opção ampla, temos uma imagem com menos nitidez devido ao upscaling feito na foto. No geral, o A52 grava imagens com pouco ruído e HDR eficiente, apesar das inconsistências no tom de pele. O modo retrato funciona bem e tem poucos erros. A filmadora da A52 grava em 4K com a câmera principal, ultra-wide e frontal.
A qualidade da filmagem é muito boa com muitos detalhes, cores sem exageros e pouco ruído. Há estabilização para redução de tremores, mas está disponível apenas em resolução Full HD. A captação de áudio é de qualidade e sofre pouco com o ruído do vento.
O Galaxy A52 é um bom celular, mas seu preço de lançamento está além do orçamento de muitos que procuram um intermediário econômico. Uma boa alternativa seria o Realme 7 Pro, que custa bem menos e entrega melhor desempenho, boa bateria e câmeras que não fica muito atrás do Galaxy A52.
O Mi 11 Lite também seria uma boa alternativa mesmo que o desempenho não seja empolgante e a bateria dure menos. Talvez a maior ameaça ao A52 venha da própria Samsung com o S20 FE custando menos e entregando um aparelho superior.
Não entenda mal, o Galaxy A52 é um ótimo telefone. Possui um design elegante, traz resistência à água, tela de 90 Hz com brilho forte, som estéreo de qualidade, roda bem em todos os jogos, sua bateria dura bastante e suas câmeras gravam boas fotos e vídeos.
É um celular que faz tudo direitinho mas só peca na multitarefa, o que pode ser corrigido no futuro. o que podemos reclamar é o carregador de 15 watts e a falta de uma câmera telefoto como temos no A72, até porque a diferença de preço entre os dois não é grande.
Vale a pena pagar mais de R$ 2.000 na A52? Achamos que não, mas o preço vai cair e quando estiver em torno de R$ 1.800 será um dos melhores intermediários do mercado. Pena que a TV digital do antecessor ficou de fora nesta geração. Você acha que vai fazer falta? Comente abaixo! Lembrando que também existem links para as melhores ofertas do A52 e demais celulares citados nesta análise. Fico por aqui, um grande abraço e até a próxima.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui